domingo, 23 de abril de 2017

DEUS NO LABIRINTO – Ricardo Labuto Gondim



Desde que li o incrível romance policial “B”, sou fã do querido Ricardo Labuto Gondim. E que alegria linda ler seu primeiro livro e descobrir que o autor é ainda melhor do que eu pensava!

“Deus no Labirinto” me pegou de surpresa. Superou totalmente minhas expectativas, que já eram bem elevadas. Aqui descobri que Ricardo tem bem mais recursos do que eu suspeitava. Nos contos bem variados que compõem o livro, ele consegue uma proeza somente alcançada pelos melhores: ele seduz o leitor a acreditar e confiar em seu mundo, no mundo imagético criado com palavras e sentimentos, que no decorrer da leitura vai se tornando cada vez mais “real” para o leitor.

São muitas as qualidades do escritor: uma prosa refinada e recheada de erudições, sem ser pedante, que temperada com uma fina ironia torna o texto muito atraente. E sobretudo uma diversidade temática e imaginativa verdadeiramente instigante: Ricardo é imprevisível, no melhor sentido possível.

Gostei especialmente da história que dá o título do livro, um corajoso e virtuoso exercício que mistura autobiografia e ficção com enigmas teológicos, e também de “Café Gangplanck”, tocante homenagem a Bukowski, e “Mandark, o Mágico”, que antecipa os sedutores elementos do romance “B”, mas que também ousa avançar além, muito além, audaciosamente tocando os limites que uma história de ficção pode alcançar. Muitíssimos parabéns!

O livro encerra com “dois ensaios ociosos” que mesclam de forma bem interessante a teologia e a arte, sobretudo a música e o cinema. Esses textos me evocaram um pouco os prefácios do Bernard Shaw, onde o autor expunha em forma de ensaio as principais ideias que motivaram suas peças. Aqui a ligação não é tão evidente, mas fica bem perceptível ao leitor atento a exposição dos temas que inquietam e motivam o autor, muito presentes em suas ricas histórias.


Muito bom ser contemporâneo e principalmente amigo de um escritor de tal envergadura! Viva a Literatura Brasileira! Viva Ricardo Labuto Gondim!


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MANIFESTO – Mensageiros do Vento

Um experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da caixa, testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por uma banda de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do Vento, disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590

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